Dados do Trabalho


Título

MALIGNIZAÇÃO DE ÚLCERA DE LONGA DURAÇÃO: UM RELATO DE CASO

Resumo (não incluir autores, nem referências, somente o corpo do resumo)

INTRODUÇÃO: A malignização de uma úlcera, também conhecida como Úlcera de Marjolin (UM), é uma condição rara definida como um tumor maligno na pele associado à inflamação e feridas crônicas. Os achados histológicos mais comuns nas UMs são os carcinomas de células escamosas (CCE) ou carcinomas espinocelulares (CEC), decorrentes geralmente por queimaduras, bem como outros tumores como carcinomas basocelulares (CBC) e melanomas malignos (MM). OBJETIVO: Este estudo tem como objetivo relatar o caso de um paciente com sequela de hanseníase que apresentou malignização de sua úlcera em perna direita de longa duração e, com isso, compreender a progressão e a importância do diagnóstico precoce da UM. CASUÍSTICA: Apenas um paciente foi incluído neste estudo.
MÉTODO: As informações contidas neste trabalho foram obtidas por meio de revisão do prontuário do paciente, o qual continha registros fotográficos e revisão de literatura. Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de caso. RESULTADOS: Paciente do sexo masculino, 58 anos de idade, branco, apresentando sequela de hanseníase, compareceu em uma Unidade de Atenção aos Programas de Saúde relatando piora da dor na úlcera em face posterior do MID, a qual já possuía há mais de 20 anos, e mudança de seu aspecto nos últimos dois meses. Ao exame, foi constatada uma ulceração de aproximadamente 8 centímetros de diâmetro, com fundo granuloso escuro, irregularidade e clareamento de bordos, saída de moderada quantidade de secreção seropurulenta e hiperemia branda ao redor, características que evidenciam achados anormais encontrados em úlcera venosa crônica. Foi realizada uma biópsia da borda da lesão em cunha e solicitada uma radiografia do MID, com resultado do anatomopatológico de CEC grau 1 (histológico) invasivo com extensão as faces cruentas do espécime, o qual media 1,1 x 0,8 x 0,7cm, com superfície epidérmica esbranquiçada e rugosa. O resultado da radiografia não apresentou destruição óssea no MID. Após a confirmação do diagnóstico, o paciente foi encaminhado a um Serviço de Oncologia, onde foi apresentado envolvimento ganglionar inguinal e realizada uma linfadenectomia inguinal sem complicações. Paciente veio a falecer por insuficiência respiratória aguda antes da conclusão do estadiamento do tumor e do início do tratamento. CONCLUSÕES: A presença de feridas crônicas em pacientes, principalmente com doenças associadas às neuropatias periféricas, como a hanseníase, necessita de uma supervisão e acompanhamento adequados e rotineiros. Torna-se essencial o cuidado e a abordagem da equipe de saúde multiprofissional, incluindo médicos vasculares, oncologistas e dermatologistas, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, para que, caso haja alguma alteração repentina da característica da ferida, seja realizada a biópsia da lesão, diagnosticada e tratada o mais precocemente possível.

Área

Casos clínicos

Instituições

UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES - São Paulo - Brasil

Autores

ALINE GABRIELE ETUR DOS SANTOS, ANTÔNIO AUGUSTO MOREIRA NETO