Dados do Trabalho
Título
Carcinoma espinocelular gigante da pele da parede torácica
Resumo (não incluir autores, nem referências, somente o corpo do resumo)
Apresentação
Paciente masculino, 60 anos, com grande tumoração de pele na região peitoral direita, crescendo lentamente há 2,5 anos. Ao exame, ECOG 2, tumoração fixa e ulcerada de 18x23 cm, com odor G3, sem linfonodos periféricos palpáveis. Tomografia revelou envolvimento da musculatura, esterno e parede torácica anterior direita. Biópsia incisional: carcinoma espinocelular.
Em 29/11/2018, foi realizada a ressecção em bloco do tumor e estruturas envolvidas, incluindo pele, subcutâneo, musculatura da parede torácica e abdominal, parte do esterno, arcos costais bilaterais, parte do diafragma e lobo pulmonar inferior direito. Cobertura do defeito foi realizada com retalho de omento e tela de polipropileno, seguido de retalho muscular do grande dorsal. AP: carcinoma espinocelular bem diferenciado invasivo de 12,8 cm, sem invasão angiolinfática e perineural, mas com metástase em 1 de 3 linfonodos. Margens livres, pT4aN1. Após discussão multidisciplinar, o tratamento adjuvante não foi indicado. O paciente seguiu em acompanhamento até 29/05/2019, quando apresentou recidiva sistêmica no pulmão e linfonodos axilares bilaterais, falecendo 5 dias após por complicações da doença oncológica.
Discussão
Os carcinomas espinocelulares (CEC) cutâneos estão associados a diversos fatores, como exposição à radiação, cicatrizes de queimaduras, inflamação crônica e imunossupressão Kuma et al. (2015). Crescem progressivamente por extensão periférica ou infiltração vertical Sedira et al. (2006). Fatores que contribuem para atraso no diagnóstico incluem baixo status social, má higiene pessoal e medo do diagnóstico Ricci et al. (2015). O CEC cutâneo com diâmetro >5 cm possui alto risco de recidiva, sendo recomendada a tomografia computadorizada (CT) ou ressonância magnética (RM) para estadiamento Stratigos et al. (2015). A ressecção com margens amplas é o tratamento de escolha Wollina et al. (2012), Stratigos et al. (2015), e grandes defeitos podem ser cobertos com retalhos miocutâneos. A quimioterapia pode ser indicada após a cirurgia, com agentes como cisplatina, 5-fluoruracil e paclitaxel Ricci et al. (2015). Terapias direcionadas com inibidores do EGFR, como cetuximabe ou erlotinibe, são opções de segunda linha. Cerca de 30 a 50% dos pacientes com CEC correm risco de recorrência, geralmente dentro de 2 anos após a cirurgia Wollina et al. (2012). et al. Acompanhamento a cada 6 meses é recomendado para pacientes com CEC ressecados.
Conclusão
O carcinoma espinocelular cutâneo pode atingir grandes proporções se negligenciado. A invasividade do tumor depende do tamanho, localização anatômica e subtipo histológico. A cirurgia é a base do tratamento, mesmo em tumores grandes, seguida ou não de quimioterapia.
Área
Casos clínicos
Instituições
HOSPITAL AMARAL CARVALHO - São Paulo - Brasil
Autores
RENATO MORATO ZANATTO, JÚNEA CARIS DE OLIVEIRA , DANIELA OGAWA ZANATTO, EDUARDO MARCUCCI PRACUCHO , ROMEU FRISINA, CARLOS ALEXANDRE POLÔNIO, JÚLIA ANDRADE PIRES DE MELO, ULISSES RIBALDO NICOLAU, ARY ASSUNÇÃO