Dados do Trabalho
Título
Exenteração pélvica posterior infra-elevadora com reconstrução vaginal com retalho miocutâneo vertical do reto abdominal (VRAM) para tratamento de recidiva de leiomiossarcoma pélvico.
Resumo (não incluir autores, nem referências, somente o corpo do resumo)
Apresentação
Feminina, 59 anos, com tumor perineal, com crescimento lento há 1 ano. Havia realizado cinco excisões locais previamente, além de HTA e SOB bilateral entre 1997 e 2012. Ao exame, ECOG 2, tumor fixo região períneo à direita, TV/TR tumor fixo na parede vaginal dir com envolvimento do esfíncter anal. CTS e RM pélvica 08/22 – doença locorregional, tumor bem delimitado de 3,7x2,8x3 cm na fossa ísquio-retal direita com contato do músculo elevador do ânus, pubo-retal e parede lateral da vagina. Biópsia percutânea guiada US: AP/IHQ: Leiomiossarcoma. Realizou QRT neo 4x até 03/23. Recusou cirurgia nas duas re-avaliações sub-sequentes, porém diante da constatação de aumento das dimensões do tumor, para 4,7x3,2x4,3 cm na RM 08/23 concordou com proposta cirúrgica. Em 09/23, foi realizada a ressecção em bloco do tumor com as estruturas envolvidas, incluindo a pele, subcutâneo do períneo, canal anal, reto, vulva e vagina (parcial). A seguir procedemos a confecção de colostomia terminal e reconstrução vaginal, realizada com retalho miocutâneo VRAM. AP/IHQ: Leiomiossarcoma 4,5x4x3 cm, 2 mitoses / 10 CGA, Necrose<50%, ausência de invasão angio-linfática e perineural, G1 (FNCLCC), Margens livres, pT2. Após discussão multidisciplinar, o tratamento adjuvante não foi indicado. A paciente permanece em seguimento oncológico conforme protocolo institucional sem evidência de recorrência.
Discussão
Nos Estados Unidos, os sarcomas representam cerca de 1% de todos os tumores em adultos SIEGEL et al. (2018). No Brasil, estima-se que surjam aproximadamente 3.400 novos casos a cada ano, com a incidência aumentando possivelmente devido a um melhor reconhecimento e diagnóstico. SPENCER et al. (2020).
Os exames de imagem são essenciais para confirmar a presença da lesão, além de fornecer informações cruciais para o diagnóstico, estadiamento, planejamento da biópsia e ressecabilidade BEAMAN et al. (2018), GUNDLE et al. (2018). A ressecção com margens tridimensionais adequadas, ou seja, uma margem de tecido normal de 1 a 2 cm é o padrão e deve ser sempre buscada, sendo um fator prognóstico importante no tratamento dos sarcomas GRONCHI et al. (2010).
A reconstrução vaginal com retalhos miocutâneos após a ressecção tem como objetivo minimizar complicações como fístulas e abscessos, além de melhorar a satisfação dos pacientes ISHIKAWA et al. (2019), HÖCKEL et al. (2008). Após o tratamento, com ou sem quimioterapia ou radioterapia, inicia-se o seguimento com exame clínico e de imagem em busca de sinais e sintomas de recidiva ou eventuais sequelas relacionadas ao tratamento SPENCER et al. (2020), HÖCKEL et. al. (2008).
Conclusão
A ressecção R0 deve ser sempre buscada, sendo um fator prognóstico importante no tratamento dos sarcomas. A reconstrução vaginal com retalhos miocutâneos após a ressecção tem como objetivo minimizar complicações como fístulas e abscessos, além de melhorar a satisfação dos pacientes.
Área
Casos clínicos
Instituições
HOSPITAL AMARAL CARVALHO - São Paulo - Brasil
Autores
RENATO MORATO ZANATTO, DANIELA OGAWA ZANATTO, ROMEU FRISINA , ARY ASSUNÇÃO , ULISSES RIBALDO NICOLAU, JÚLIA ANDRADE MELO, JOÃO VITOR AMORIM DE CASTRO, JÚNEA CARIS DE OLIVEIRA, EDUARDO MARCUCCI PRACUCHO