Dados do Trabalho


Título

RECONSTRUÇÃO DE PÁLPEBRA INFERIOR APÓS CIRURGIA MICROGRÁFICA DE MOHS EM CÂNCER DE PELE NÃO MELANOMA

Resumo (não incluir autores, nem referências, somente o corpo do resumo)

Introdução: As pálpebras são frequentemente acometidas pelo câncer de pele, sobretudo pelo carcinoma basocelular (CBC), seguido pelos demais tipos, como: carcinoma de células escamosas, melanoma e carcinoma sebáceo.1,2 Os defeitos da pálpebra inferior representam um desafio na reconstrução, devido à anatomia complexa da pálpebra.2,3 Os reparos visam respeitar os princípios básicos da forma, função e individualidade das lamelas anteriores e posteriores da pálpebra inferior.3,4 A cirurgia micrográfica de Mohs (CMM) é uma técnica cirúrgica considerada o padrão-ouro, pois avalia 100% das margens por meio de secções horizontais do tecido afetado, preserva tecido não comprometido e tem taxas de cura mais elevadas.5 É o tratamento de escolha para os tumores localizados nas áreas de alto risco da face, para subtipos agressivos e localmente invasivos ou para casos de recidivas.5 Motivo da comunicação: Demonstrar os desafios da reconstrução da pálpebra inferior e a segurança da cirurgia de Mohs em tumor da face. Relato da comunicação: Mulher de 39 anos, fototipo II, educadora física, com surgimento de lesão em pálpebra inferior, há 15 anos. Exposição solar diária e sem comorbidades ou história familiar de câncer de pele. O exame da biopsia revelou CBC pigmentado. Ao exame dermatológico, lesão perlácea, pigmentada, infiltrada, de 1,2 cm, em infrapalpebral esquerda, justa tarsal, sem linfadenomegalia submandibular ou cervical (fig. 1 A). Na dermatoscopia, estruturas em raio de roda e vasos arboriformes (fig. 1 B). A paciente foi submetida à CMM, sendo os limites da lesão demarcados pela avaliação clínica e dermatoscópica (fig. 1 C). Foi realizado o debulking do tumor (fig. 2 A) e exérese de 1 mm de margem com os Nicks de orientações (fig. 2 B). Realizado a construção do mapa da CMM (fig. 3 A), seguido de preparação, congelamento, recorte, coloração em HE e análise microscópica das peças cirúrgicas da fase 1 (fig. 3 B), que detectou 100% de margens livre de tumor (fig. 3 C). A reconstrução da ferida cirúrgica foi feita com retalho de transposição de Tripier (fig. 4 A, B, C, D e E). No pós-operatório tardio, foi observado um bom resultado estético e funcional do olho esquerdo. Discussão: Os métodos de reconstrução palpebral dependem da espessura e da extensão do defeito, e podem ser feitos através de várias técnicas após avaliação dos vetores de tensão horizontal, alinhamento da margem livre e fixação cantal. 1,2,3 As técnicas de reconstrução são várias, como: Mustarde, Tenzel, Tripier e Hughes, e buscam resultados estéticos e funcionais que previnam as complicações de ectrópio, lagoftalmo, epífora, conjuntivite crônica, secura e ulceração da córnea.1,3 A CMM deve contar com o apoio de outras especialidades, como a oftalmoplástica e outros, em caso de tumores invadindo estruturas abaixo da pele.5 A CMM permite segurança nas reconstruções das feridas cirúrgicas da face que exigem precisão para evitar os defeitos estéticos, anatômicos e funcionais.5

Área

Casos clínicos

Instituições

Hospital do Câncer, setor do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia-MG, Brasil - Minas Gerais - Brasil

Autores

MABEL DUARTE ALVES GOMIDES, MATHEUS ROCHA MENDONÇA , GABRIELA GOMES PIMENTEL DE CASTRO, GIOVANI MENDOLA PEROBELLI, CINTHYA ALVES FERREIRA, KEISE RODRIGUES SILVA, DANIELA CONTRI FRAGA ALVES