Dados do Trabalho
Título
Imunoterapia Neoadjuvante com Nivolumabe e Ipilimumabe no melanoma cutâneo estádio III: uma revisão integrativa
Resumo (não incluir autores, nem referências, somente o corpo do resumo)
Introdução: O melanoma estádio III ressecável se caracteriza por possuir metástases em linfonodos regionais e/ou em trânsito. O padrão de tratamento inclui dissecção linfonodal e terapia sistêmica adjuvante. Porém, esse tratamento possui menor Sobrevida Geral (SG) e menor Sobrevida Livre de Eventos (SLE). O cenário vigente mostra a necessidade de mudança de conduta terapêutica. Ensaios clínicos randomizados recentes sugerem a superioridade da terapia neoadjuvante com combinação de Nivolumabe e Ipilimumabe.
Objetivo: A imunoterapia neoadjuvante com Nivolumabe e Ipilimumabe leva a ganho de sobrevida livre de eventos no melanoma cutâneo estádio III?
Método: Trata-se de revisão integrativa de levantamento de dados da literatura. Realizou-se a busca nas bases de dados PubMed e LILACS. A seleção dos artigos foi realizada com auxílio do fluxograma dos Métodos Prisma 2020. Para busca, foram usados os seguintes descritores e suas combinações: Terapia Neoadjuvante, Imunoterapia, Ipilimumabe, Nivolumabe e Melanoma.
Os critérios de inclusão foram: publicações em inglês e português, artigos com texto na íntegra que abordassem a temática da revisão, artigos publicados nos bancos de dados citados nos últimos dez anos, revisões e estudos do tipo experimental ou observacional. Os critérios de exclusão foram: relatos ou séries de caso, artigos de opinião e artigos que não abordavam Nivolumabe e Ipilimumabe em seu conteúdo. Foram considerados elegíveis 16 estudos, que foram colocados no gerenciador de referências Zotero. As informações foram dispostas em planilha Google Sheets para análise. Destes, 9 artigos foram utilizados para confecção da revisão.
Resultados: Na meta-análise e revisão sistemática publicada pela Cochrane no ano passado, foi demonstrada incerteza se a terapia neoadjuvante seria capaz de melhorar a SG quando comparada à terapia padrão. Também houveram dúvidas a respeito do custo-benefício, devido à maior taxa de eventos adversos. Atentou-se ao fato de que os ensaios experimentais incluídos na revisão não possuíam tamanho e poder estatístico suficiente, destacando a necessidade por estudos melhor conduzidos.
Entretanto, no ASCO 2024 foram apresentados resultados do estudo experimental fase III NADINA, que contemplou maior amostragem. Foi comparada a terapia neoadjuvante de Nivolumabe e Ipilimumabe à monoterapia adjuvante de Nivolumabe. A combinação de Nivolumabe e Ipilimumabe esteve associada a benefício em SLE, o objetivo primário do estudo, com curto período de tratamento. Os eventos adversos foram compatíveis com o esperado.
Outros ensaios experimentais realizados nos últimos anos, como o OpACIN-neo, apesar de possuírem amostra menor, também sugeriram melhor SLE.
Conclusões: Estudos experimentais recentes como o NADINA e OpACIN-neo demonstram melhora de SLE e encorajam a mudança de conduta terapêutica do melanoma estádio III ressecável para o uso dos imunoterápicos Nivolumabe e Ipilimumabe.
Sem financiamento e conflitos de interesse.
Palavras Chave
Terapia Neoadjuvante; imunoterapia; Melanoma; Neoplasias Cutâneas; Nivolumabe; Ipilimumabe;
Área
Melanoma
Instituições
Faculdade de Medicina de Jundiaí - São Paulo - Brasil
Autores
RAFAELA CORREIA MACIEL, LUISA BRAGA SALLES MACHADO, STELA SCAVACINI, STEPHANY CRISTINA BRANDÃO PAZETO, JÚLIA DOS SANTOS BURCH, LÍGIA LEAL VITA, SOFIA PORFÍRIO SOUSA BARRETO