Dados do Trabalho


Título

EVENTO ADVERSO CUTÂNEO RELACIONADO AO PEMBROLIZUMABE EM PACIENTE COM MELANOMA ESTÁGIO III: RELATO DE CASO

Resumo (não incluir autores, nem referências, somente o corpo do resumo)

INTRODUÇÃO:
O melanoma é uma neoplasia maligna originada de melanócitos, em que menos de 10% dos casos há metástase linfonodal ou à distância no momento do diagnóstico. Hoje, o prognóstico destes pacientes com metástase tem-se beneficiado com as terapias sistêmicas.
A recomendação do Grupo Brasileiro de Melanoma para pacientes estágio III, pela classificação da 8ª edição da AJCC, é o tratamento sistêmico adjuvante por 1 ano de anti-PD-1 ou inibidores de BRAF/MEK.
O objetivo do tratamento adjuvante é de reduzir o risco de recidiva e morte. Contudo, destaca-se a frequência de eventos adversos relacionados aos inibidores de PD-1 que acometem a pele, pois geram impacto na qualidade de vida e, mais raramente, necessidade de interrupção da medicação.
OBJETIVO:
Abordar efeito adverso cutâneo decorrente do uso do Pembrolizumabe em paciente estágio IIIB.
CASUÍSTICA:
Não se aplica.
MÉTODO:
Relato de Caso.
RESULTADOS:
Paciente feminino, 67 anos, sem comorbidades, encaminhada com biopsia excisionada de melanoma nodular em abdome, com Breslow 1,8mm, ulceração presente e índice mitótico 8/mm². Ao exame físico, linfonodomegalia de 1,5cm em axila esquerda, móvel, dura e indolor.
O PET-CT demonstrou linfonodomegalia em axila esquerda de 1,6x1,2cm. Realizada cirurgia de ampliação de margens e linfedenectomia axilar esquerda. Dentre os 23 linfonodos examinados, 2 estavam comprometidos por metástase. A paciente foi encaminhada à oncologia clínica, sendo indicado Pembrolizumabe por 1 ano.
Em 8º ciclo da medicação, paciente iniciou quadro de prurido leve. Porém, em 10º ciclo houve piora do quadro de prurido, se tornando intenso e contínuo, além de surgirem pápulas violáceas com exulceração central predominantemente em membros superiores e colo. Proposto tratamento com hidratante corporal, corticóide de média potência e anti-histamínico. Paciente apresentou boa resposta em relação ao prurido e as lesões, permitindo a manutenção do Pembrolizumabe.
CONCLUSÕES:
O PD-1 é um receptor inibitório expresso na superfície de células B e T que mantém a tolerância em relação as células T auto-reativas. Ao inibidor o PD-1, aumenta-se a função de células T efetoras e ativa células B e NK.
As alterações induzidas no sistema imunológico podem induzir eventos adversos imunologicamente mediados, com destaque para a pele. A pele é sede da maioria dos efeitos adversos relacionados aos inibidores de check-point e estes os mais precoces.
Menos de 5% dos efeitos adversos cutâneos demandam interrupção do anti-PD-1. Nesse caso relatado, a paciente apresentou quadro de prurido intenso relacionado à medicação que evoluiu com lesões secundárias à escoriação. Sempre que possível deve-se optar por tratamentos tópicos, como hidratante e corticóide tópico de média ou alta potência, além de anti-histamínico. Alternativa ao prurido que não respondeu a essas medidas é a Pregabalina.
FINANCIADORES: Financiamento próprio.
CONFLITO DE INTERESSE: Nenhum.

Área

Casos clínicos

Instituições

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS - Goiás - Brasil, HOSPITAL DE CÂNCER ARAÚJO JORGE - Goiás - Brasil

Autores

AMANDA DOMINGOS CORDEIRO, SORMANY DEL CARMO DE AZEVEDO CORDEIRO, GUILHERME VILELA TAPPARO, FERNANDO FERREIRA CHAVES, CRISTOFER RUSBIAN YUGO ENDO SILVA, JESSICA FERREIRA FREITAS, LUCAS RODRIGUES DA COSTA