Dados do Trabalho


Título

ESTUDO CLÍNICO DE UMA SÉRIE DE CASOS DE RECONSTRUÇÃO NASAL COM O RETALHO FRONTAL PARAMEDIANO

Resumo (não incluir autores, nem referências, somente o corpo do resumo)

Introdução: O retalho de interpolação frontal apresenta um pedículo vascular que conecta defeitos à distância da área doadora como uma ponte, sendo tratado em dois (2) tempos cirúrgicos.1,2 Também conhecido como indiano, foi descrito por Sushruta Samhita, 700 a.C,1,2,3 e depois de várias modificações ficou estabelecido por Burget e Menick, século XX, o retalho frontal paramediano (RFP).2,3 A indicação principal está relacionada à correções de grandes defeitos nasais quando não é possível a reconstrução por fechamento direto, uso de retalhos adjacentes ou enxertos ou por feridas profundas com exposição de cartilagens.4 Está contraindicado em pele frontal comprometida, fronte muito curta, tabagistas e terapias anticoagulantes. As complicações mais frequentes são sangramento, cicatrizes e infecção, que podem ser minimizadas com técnicas de boa qualidade e respeitando as subunidades.1,5 Objetivo: Analisar os resultados estéticos e funcionais do nariz após a reconstrução de defeitos nasais com o RFP. Métodos: Trata-se de um estudo de relato de série de sete (7) casos submetidos a exéreses de câncer de pele em subunidade nasais com reconstrução por RFP, no período de 07/2023 a 06/2024. Foram coletados os dados dos epidemiológicos dos pacientes, além do número de subunidades nasais comprometidas, subtipo e grau de risco do tumor, número de tempos cirúrgicos e complicações pós-operatório. Relato dos casos: A amostra constituiu-se de sete (7) casos submetidos à reconstrução nasal com o RFP, a maioria era do sexo feminino (57,14%) e com idade média de 78,71 anos (intervalo de 55 e 96 anos). 71,42% dos casos foram submetidos a dois tempos cirúrgicos, e os casos 1 e 2 precisaram de três intervenções, correspondentes à realização do retalho, correção de pedículo e fechamento da área doadora frontal (fig. 1 a 5). Todos os casos apresentavam carcinoma basocelular (CBC), dos subtipos misto (28,57%), adenoide (14,28%) e nodular (57,14%). A indicação deste retalho se baseou no comprometimento de três ou mais subunidades nasais. Todos os casos apresentaram complicações (tabela 1). Discussão: A confecção do retalho interpolado paramediano depende da preservação de um suprimento sanguíneo no pedículo miocutâneo, advindo da artéria supratroclear, a fim de garantir a sua viabilidade. No entanto, em estudos recentes tem-se sugerido a possibilidade de sobrevivência do retalho sem a artéria supratroclear uma vez que essa área apresenta de forma característica uma densa quantidade de anastomoses vasculares.5 Corroborando com este autor, dois (2) dos sete (7) casos descritos evoluíram com necrose superficial, no entanto com resultado estético e funcional satisfatório. O RFP é considerado o padrão ouro na reconstrução de grandes defeitos nasais,1,2 provavelmente pela similaridade entre as texturas da pele do nariz e do frontal e pela estética final satisfatória com pequeno dano cicatricial na área doadora,3,4 além do baixo potencial de complicações.5

Palavras Chave

Procedimentos Cirúrgicos Nasais; Neoplasias Nasais; Retalhos Cirúrgicos; Carcinoma basocelular

Área

Carcinomas de pele

Instituições

Hospital do Câncer, setor do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia-MG, Brasil - Minas Gerais - Brasil

Autores

MABEL DUARTE ALVES GOMIDES, GIOVANNA RODRIGUES DA CUNHA NAVES, ADELE AUD RODRIGUES, YZABELLA GOMES FERNANDES SANTANA, LAÍS AQUINO RODRIGUES, GIOVANI MENDOLA PEROBELLI, CINTHYA ALVES FERREIRA , GIOVANNA GARCIA GARDINI, JUCELINO GUILHERME SILVA ALMEIDA, LAURA AUD RODRIGUES