Dados do Trabalho


Título

Relato de caso: ressecção de CEC de pele em região torácica com reconstrução por retalho de transposição

Resumo (não incluir autores, nem referências, somente o corpo do resumo)

Introdução: O Carcinoma Espinocelular (CEC) é o segundo tipo mais comum de câncer de pele no Brasil, tem como principal fator de risco a exposição ao sol e surge principalmente em áreas mais expostas. O panorama terapêutico do câncer de pele não melanoma evoluiu significativamente nos últimos anos, mas a cirurgia continua sendo opção terapêutica de primeira linha para a maioria dos pacientes. A cirurgia objetiva a ressecção completa do tumor (ressecção R0) com menor risco de complicações, preservando função e qualidade de vida tanto quanto possível.
Objetivo: relatar caso clínico de CEC em região paraesternal tratado cirurgicamente.
Casuística: relato de caso baseado no prontuário e nas imagens concedidos pelos paciente e médico responsável e revisão na literatura utilizando-se as bases de dados Scielo e Pubmed com descritores “câncer de pele” e “carcinoma espinocelular”.
Metodologia: estudo observacional, retrospectivo e descritivo de caso.
Resultados: A.J.S, 79 anos, apresentando lesão ulcerada em região paraesternal de cerca de 4cm de diâmetro, evoluindo há 1 ano, com crescimento progressivo nos últimos 5 meses e sangramento recorrente. Foi encaminhado para tratamento definitivo da lesão, e pela alta suspeita de CEC, ausência de implantes secundários e tamanho limítrofe para alto risco, foi submetido a ressecção do tumor com margens de 1cm. AP evidenciou CEC, margens livres e ausência de invasão perineural e linfovascular. Em ato cirúrgico, pela extensa área acometida, optou-se por retalho de transposição para fechamento adequado do tecido, além de incisão para redução de tensão em linha de sutura. Apresentou boa evolução pós-operatória e segue acompanhando no serviço. A cirurgia deve respeitar as margens clínicas, poupando periósteo ou pericôndrio na margem profunda, exceto se acometidos. A margem aumenta de acordo com tamanho do tumor e número de fatores de risco. As diretrizes da Associação Europeia de Dermato-Oncologia recomendam margens clínicas de 5mm para baixo risco e 6–10mm para tumores de alto risco. A reconstrução é essencial após ressecção, o fechamento apropriado fornece cobertura tecidual adequada do defeito cirúrgico, restaurar função e estética da região anatômica e permite detecção precoce de potencial recorrência local. O risco de doença residual após cirurgia inadequada ou incompleta de tumores primários de alto risco e metástases de linfonodos é geralmente controlado por radioterapia adjuvante.
Conclusões: O CEC continua desafiante para o cirurgião pelo possível atraso no diagnóstico, que pode acarretar em pior prognóstico, pelo desafio técnico para remoção ou reconstrução a depender da localização. A cirurgia apropriada deverá considerar a qualidade de vida do paciente e estética em seu resultado, respeitando condições clínicas e princípios oncológicos, principalmente nos de alto risco, não sendo descartada realização de tratamentos pré ou pós-operatórios.

Área

Casos clínicos

Instituições

Hospital Luxemburgo - Minas Gerais - Brasil

Autores

LAÍS PEREIRA MENDES, ROMULO SANTOS PEÇANHA REZENDE, LORENA DOS SANTOS DINIZ, ALICE DUARTE PAIVA, ELISA DUARTE PAIVA, LUCAS SOARES SIMIZO BENEDICTO