Dados do Trabalho


Título

UM CASO RARO DE CARCINOMA BASOCELULAR GIGANTE EM TRATAMENTO DA FERIDA APÓS EXÉRESE POR NECROSE TOTAL DO ENXERTO DE PELE

Resumo (não incluir autores, nem referências, somente o corpo do resumo)

Introdução: O carcinoma basocelular (CBC) representa o mais prevalente, 80% dos casos, dos tipos de câncer de pele, sendo rara as apresentações gigantes com mais de 5 cm de diâmetro.1,2,3,4 Devido a raridade do CBC gigante (CBCG), há poucos casos relatados na literatura. Por isso, o tratamento não está estabelecido em diretrizes, sendo a recorrência muito frequente.2,4 Motivo da comunicação: Descrever o CBCG, um subtipo muito rato e desafiador na reconstrução e cicatrização. Relato da comunicação: Homem de 75 anos, tabagista, com surgimento de lesão em região do tronco, não exposta ao sol, há mais de 10 anos. O exame da biopsia revelou CBC nodular, infiltrativo e pigmentado. Ao exame dermatológico, tumor vegetante e exofítico, superfície irregular, infiltrado, de 12 cm de diâmetro, friável com sangramento fácil, em região lombar, sem linfadenomegalia inguinal (fig. 1A). O paciente foi submetido à exérese da lesão por cirurgia convencional com margem de 3 cm, sendo os limites da lesão demarcados pela avaliação clínica e dermatoscópica (fig. 1B). A reconstrução da ferida cirúrgica foi feita com enxerto dos “dogs” da ferida cirúrgica. Após uma semana do pós-operatório, foi observado necrose total do enxerto com exsudato purulento (fig. 2 A-B). Foi realizado debridamento cirúrgico, limpeza com PHMB, oclusão com placa de alginato de prata com camada de espuma de silicone e tratamento com antibiótico (fig. 2 C-D). Está em acompanhamento semanal e segue evoluindo com boa cicatrização, demonstrando a superficialização e formação do tecido de granulação, além de retração do diâmetro da ferida (fig. 3). Discussão: O CBCG é um subgrupo raro, menos que 0,5% dos casos de CBC, e acomete frequentemente o tronco.4 Esta característica difere do CBC de tamanho menor que acomete preferencialmente a face, mais de 90% dos casos, devido à maior exposição à luz solar.5 No CBCG não apresenta fatores de risco conhecidos que determinem este comportamento tumoral, apesar do tabagismo estar relacionado diretamente com os CBCs maiores que 1 cm.4 A duração média do CBCG, descrita na literatura, varia de 8 a 15 anos, apesar de se tratar de um tumor de caráter agressivo.3,4 Outro dado relevante, é o fato de apresentar crescimento infiltrativo e invasor, com risco de metástase em até 50% dos casos.4 Dentro desta perspectiva, a recorrência tumoral é elevada o que exige a exérese completa da lesão, e com margens seguras, além de tratamento complementar com radioterapia e muitas vezes com os inibidores da via hedgehog.3 Devido ao tamanho das abordagens cirúrgicas, ressaltamos que algumas vezes pode ser necessário uma equipe de curativos para auxiliar na condução destas feridas.6

Área

Casos clínicos

Instituições

Hospital do Câncer, setor do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia-MG, Brasil - Minas Gerais - Brasil

Autores

MABEL DUARTE ALVES GOMIDES, MARIELLY CUNHA CASTRO, KEISE RODRIGUES SILVA, GIOVANI MENDOLA PEROBELLI, CINTHYA ALVES FERREIRA , GIOVANNA GARCIA GARDINI, JUCELINO GUILHERME SILVA ALMEIDA, LAURA AUD RODRIGUES