Dados do Trabalho


Título

LEUCEMIA CÚTIS ALEUCÊMICA PRECEDENDO LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA: RELATO DE CASO

Resumo (não incluir autores, nem referências, somente o corpo do resumo)

Introdução: A leucemia cútis aleucêmica, um tumor de células leucêmicas que afeta a pele, pode ser a primeira manifestação de leucemia linfoide ou mieloide aguda, surgindo antes do acometimento da medula óssea e no sangue por meses ou até anos. Tal condição deve ser considerada no diagnóstico diferencial da síndrome do blueberry muffin baby, uma apresentação clínica rara e inespecífica em recém-nascidos caracterizada por lesões maculopapulares generalizadas de cor azul-avermelhada ou violácea.

Objetivo: Apresentar um caso de leucemia cútis aleucêmica, que precedeu infiltração de medula óssea pela leucemia mieloide aguda, alertando para a importância do reconhecimento precoce destas lesões cutâneas.

Casuística: Paciente recém-nascido com leucemia cútis aleucêmica.

Método: Relato de caso.

Resultados: Recém-nascida, sexo feminino, apresentou aos 17 dias de vida um nódulo violáceo em membro superior direito com posterior progressão para múltiplos nódulos, endurecidos à palpação, típico da síndrome de “blueberry muffin baby”, em membros superiores e inferiores, tórax posterior, mento e região inguinal. Não havia sinais sistêmicos como febre, visceromegalias, linfonodomegalias ou perda ponderal. Foi atendida por serviço externo e diagnosticada com hemangioma. Aos 28 dias de vida, evoluiu com aumento da lesão em membro superior direito e desconforto à palpação, sendo internada em bom estado geral para investigação. Hemograma, bioquímica sanguínea, sorologias para TORCHs e ultrassonografia de abdome com resultados normais. Pela hipótese de leucemia cútis, foram realizados aspirado de medula óssea e biópsia da lesão de pele aos 29 dias de vida. A imunofenotipagem da medula óssea foi negativa, porém a análise imunofenotípica da biópsia de pele identificou infiltração cutânea por leucemia mieloide aguda (LMA) monoblástica, com histopatologia compatível com leucemia. Devido à possibilidade de regressão espontânea sem necessidade de tratamento quimioterápico, foi mantida observação clínica e laboratorial semanal. A paciente evoluiu com redução do número e tamanho das lesões a partir da 6ª semana de vida. Contudo, aos 2 meses e meio, surgiram duas novas lesões de pele, associadas a neutropenia e anemia. Realizado novo aspirado de medula óssea e identificada infiltração leucêmica da medula, com 35% de monoblastos, compatível com LMA M5, sendo iniciada quimioterapia com protocolo de Citarabina em baixas doses.

Conclusões: A leucemia é a principal neoplasia maligna na infância, porém é rara no período neonatal. As lesões cutâneas estão presentes em cerca de dois terços dos pacientes com LMA neonatal, e podem ser o primeiro sinal de doença, como o caso da paciente em questão. Seu diagnóstico precoce tem importantes implicações prognósticas, e a indicação da biópsia de pele favorece diagnóstico e tratamento precoces.

Área

Casos clínicos

Instituições

Universidade Federal do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

BEATRIZ MARCOMINI ARANTES, ANA JULIA PESSATTO HAAG, LENIZA COSTA LIMA LICHTVAN, MARCELA QUERINO AMARAL, ESTHER ALVES ARAUJO NUNES, VÂNIA OLIVEIRA DE CARVALHO