Dados do Trabalho


Título

CARCINOMA TRIQUILEMAL - DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL RARO EM TUMORES DE PELE

Resumo (não incluir autores, nem referências, somente o corpo do resumo)

Introdução/Objetivo: O carcinoma triquilemal (CT) é uma neoplasia anexial rara originada da bainha externa do folículo piloso. Este trabalho visa descrever a apresentação clínica, diagnóstico diferencial e manejo de um caso CT. Casuística/Método: Estudo observacional, retrospectivo e descritivo baseado na revisão de prontuário de um caso de CT em um serviço de referência em cirurgia oncológica. Relato: Paciente do sexo masculino, 33 anos, apresentou-se com queixa de volumoso tumor de partes moles há 8 meses, em região cervical posterior, medindo 10 cm, de crescimento progressivo, com história de sangramento intermitente. Ao exame físico, a lesão apresentava ulceração central, consistência endurecida e fixação em planos profundos. Realizada biópsia incisional, cujo anatomopatológico resultou em pilomatricoma. Devido à sintomatologia exuberante, caracterizada por dor local e dificuldade de mobilização cervical, optou-se por ressecção, realizada sem intercorrências. O anatomopatológico da peça cirúrgica evidenciou um carcinoma pouco diferenciado, com diferenciação matricial, ulceração ausente, margens laterais e profunda livres, sendo a mais próxima de 4 mm. Resultado de imunohistoquímica compatível com CT. Por se tratar de uma doença maligna, porém, de comportamento pouco agressivo e obtenção de margens livres, foi optado por seguimento ambulatorial rigoroso, sem uso de radioterapia adjuvante. Paciente segue sem sinais de recidiva. Discussão: Os tumores anexiais cutâneos são entidades raras, as quais são classificados com base em sua diferenciação em relação a estruturas primárias da pele apendicular. Podem ser espontâneos ou marcadores de síndromes genéticas. Originam-se no folículo piloso, entre a 4ª e 7ª década de vida. São mais prevalentes em idosos, em regiões de intensa exposição solar, embora possa ocorrer em outras regiões menos expostas. Também se relacionam com exposição a altas doses de radiação. Seu quadro clínico habitual é uma lesão solitária papulonodular com possível ulceração, usualmente com crostas, e normalmente possui progressão indolente. Costuma apresentar coloração vermelho escuro. Seu diagnóstico é dado por meio do anatomopatológico e, por vezes, necessário estudo complementar de imunohistoquímica, apresentando marcadores CEA e EMA negativos, porém podendo apresentar positividade destes tardiamente. Possui diagnóstico diferencial carcinoma basocelular, carcinoma de células escamosas, queratoacantoma e melanoma nodular. Devido à baixa incidência, não há consenso em relação ao melhor tratamento, embora a maioria dos cirurgiões oncológicos recomendem ressecção ampla com margens livres. Radioterapia adjuvante pode ser requerida em casos de ressecção incompleta, recidiva, metástases ou alto risco, o que é incomum diante seu curso indolente. Conclusão: O diagnóstico diferencial inclui tumores cutâneos mais comuns. A abordagem terapêutica deve ser individualizada. O reconhecimento precoce e a intervenção adequada são essenciais.

Área

Casos clínicos

Instituições

INSTITUTO DO CÂNCER DO CEARÁ - Ceará - Brasil

Autores

IVNA SILVA GONCALVES, IASMIN MARIA RODRIGUES SALDANHA, CARLOS MÁRCIO MELO DE MATOS, FRANCISCO LUCAS RUFINO SANTOS PASSOS, JONAS ROMUALDO NEVES DAS CHAGAS, LAIS LANDIM SOUSA, THIAGO ANDRE GOMES COSTA PEREIRA, IRAPUAN TELES DE ARAÚJO FILHO