Dados do Trabalho
Título
POROCERATOSE PITICOTRÓPICA GENITOGLÚTEA: RELATO DE CASO E ANÁLISE DO POTENCIAL MALIGNO
Resumo (não incluir autores, nem referências, somente o corpo do resumo)
Introdução
A poroceratose piticotrópica genitoglútea (PPG) é uma condição cutânea rara, caracterizada por placas anulares eritematosas com bordas queratóticas e pruriginosas na região perianal. Devido à sua apresentação incomum, muitas vezes é diagnosticada tardiamente. Este estudo enfatiza a importância de reconhecer as características clínicas e histológicas dessa patologia para um manejo eficaz e melhor prognóstico. A transformação maligna é um possível risco, especialmente em lesões extensas e de longa duração, destacando-se a necessidade de um tratamento adequado.
Objetivo
Relatar um caso raro de PPG, caracterizado por uma placa única e pruriginosa na região interglútea. Este estudo visa destacar os aspectos clínicos, a abordagem diagnóstica e o tratamento empregado, enfatizando a importância de um manejo eficaz da condição.
Caso Clínico
Paciente masculino de 74 anos, apresentou uma placa única pruriginosa na região interglútea há 15 anos, com crescimento lento. Após múltiplos tratamentos com antifúngicos sem sucesso e aumento da lesão, foi encaminhado ao dermatologista. O exame revelou uma placa anular eritematosa, com bordas elevadas, queratóticas e bem delimitadas, próxima à região anal. A lesão apresentava prurido, com área central eritematosa e coberta por escamas esbranquiçadas. A biópsia mostrou hiperortoceratose compacta com áreas de hiperparaceratose e lamela cornoide. Com pesquisa de fungos negativa, o diagnóstico foi PPG. O paciente foi submetido à exérese ampla da lesão, com fechamento primário, margens livres e boa evolução. Consentimento informado foi obtido para apresentação dos dados e imagens.
Discussão
A PPG é uma variante dermatológica rara, predominante em homens asiáticos e afro-americanos, caracterizada por pápulas e placas eritematosas, pruriginosas ou assintomáticas, com bordas queratóticas elevadas. A semelhança com outras condições, como psoríase, líquen plano e carcinoma de células escamosas, frequentemente leva a diagnósticos tardios. Fatores etiológicos incluem traumas cutâneos repetitivos, transplantes de órgãos, HIV positivo e imunossupressão. O diagnóstico é confirmado por biópsia que revela lamelas cornoides. O tratamento das lesões isoladas é geralmente cirúrgico, enquanto lesões extensas ou múltiplas podem ser tratadas com crioterapia, laser de CO2, retinoides orais e tópicos, agentes queratolíticos e terapia fotodinâmica. Apesar de outras formas de poroceratose apresentarem taxas de transformação maligna de até 23,8%, apenas um caso de malignização da PPG foi relatado na literatura.
Conclusão
A PPG pode ser confundida com outras condições clínicas, resultando em diagnósticos errôneos e tardios. O caso apresentado ilustra uma lesão perianal única que, apesar do diagnóstico tardio, respondeu bem ao tratamento cirúrgico. Ressaltamos a importância de uma avaliação clínica detalhada para o manejo eficaz dessa patologia rara, reforçando a necessidade de maior conscientização para evitar complicações a longo prazo.
Área
Casos clínicos
Instituições
Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai - URI Erechim - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
FABIO PAIZ, CLÓVIS KLOCK, FLÁVIA BOFF, ROSIÊ AUGUSTA RIGATTI, ELIAN KUSSLER PEDREIRAS, ANA LAURA CAPELETTI, JÚLIA BANCER, BÁRBARA NERVES MOCELLIN, EVELYN FERNANDES SILVA