Dados do Trabalho


Título

O MELANOMA NO BRASIL NOS ÚLTIMOS 10 ANOS: UM ESTUDO DESCRITIVO

Resumo (não incluir autores, nem referências, somente o corpo do resumo)

Introdução: O câncer de pele é a neoplasia mais comum do mundo, caracterizando-se como um problema de saúde pública. Apesar não ser o mais prevalente, o número de mortes por melanoma é três vezes maior do que pelas demais neoplasias cutâneas juntas. Originários dos melanócitos, são em sua maioria primários da pele, e caracterizam-se por seu potencial metastático e letal. Sua incidência na literatura é descrita como maior nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e com pico de incidência na 7° década de vida.

Objetivo: O presente estudo tem como objetivo descrever os casos de melanoma maligno de pele entre os anos de 2014 e 2023 no Brasil, em relação à evolução temporal, à região do território, à faixa etária e ao gênero acometido.

Métodos: Estudo transversal, retrospectivo, com abordagem quantitativa. Os dados relativos à quantidade de casos foram extraídos a partir do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), por meio da consulta da seção “Painel Oncologia - Brasil”. As variáveis consideradas foram "Ano do diagnóstico", "Região de residência", "Faixa etária" e "Sexo" utilizando o filtro “C43 - Melanoma maligno da pele”, e incluindo os anos de 2014 a 2023. Os dados foram tabelados por meio do software Microsoft Excel 2016, procedendo-se a análise estatística descritiva.

Resultados: Em relação ao total de casos em todo o território brasileiro, os diagnósticos de melanoma maligno de pele apresentaram uma tendência de ascensão, com 1.350 notificações em 2014; 1.383 em 2015; 1.371 em 2016; 1.333 em 2017; 3.704 em 2018; 5.855 em 2019; 5.004 em 2020; 4.967 em 2021; 5.705 em 2022; e 6.120 em 2023. Isso representa um aumento de mais de 350% de casos em 2023 com relação a 2014. Quanto aos casos por região, 835 foram diagnosticados na região Norte; 5.095 na região Nordeste; 13.969 na região Sudeste; 14.749 na região Sul; e 2.104 na região Centro-Oeste entre os anos de 2014 e 2023. Cabe ressaltar que a região Sul ocupa o 3º lugar com relação à população absoluta entre as regiões, e, mesmo assim, representa 40% de todos os casos de melanoma. Uma hipótese que pode explicar isso é fato de que residem lá pessoas com um fototipo mais claro em comparação com o resto do país. Analisando a incidência pela faixa etária, 451 casos foram entre os 0 e 19 anos; 3.225 entre 20 e 39 anos; 11.856 entre 40 e 59 anos; 17.131 entre 60 e 79 anos; e 4.129 casos acima dos 80 anos. Por fim, entre os sexos, 18.435 casos foram notificados no sexo masculino contra 18.357 no sexo feminino.

Conclusão: A incidência do melanoma maligno de pele vem aumentando consideravelmente desde 2014, chegando a quintuplicar o número de casos em 10 anos. As regiões Sul e Sudeste são as mais incidentes desse tipo de neoplasia, que é mais frequente em pacientes entre 40 e 79 anos. Assim, mais estudos são necessários a fim de levantar hipóteses para esclarecer tais números e promover medidas de saúde pública com o fim de mitigar esses resultados.

Palavras Chave

Melanoma; Melanoma cutâneo; Câncer de pele; Epidemiologia; Pele

Área

⁠Melanoma

Instituições

Universidade Federal do Paraná (UFPR) - Paraná - Brasil

Autores

BEATRIZ MARCOMINI ARANTES, GABRIEL ALCANTARILLA NOGUEIRA, ISABELA VIEIRA RODRIGUES