Dados do Trabalho

Título

Reconstrução de pálpebra inferior com associação dos retalhos de Hughes e Mustardé após ressecção de carcinoma espinocelular em face de paciente idosa frágil

Resumo (não incluir autores, nem referências, somente o corpo do resumo)

Introdução: O carcinoma espinocelular representa o segundo subtipo mais comum de câncer de pele. Sua incidência tem aumentado, e a radiação ultravioleta se coloca como o principal fator de risco associado, especialmente quando relacionada a exposição solar crônica e cumulativa. São tumores com capacidade metastática e de comportamento local agressivo, acometendo sobretudo a pele de regiões de cabeça e pescoço. O tratamento curativo envolve cirurgia com ressecção de lesão e obtenção de margens negativas, o que pode representar um desafio terapêutico no que tange ao oferecimento de uma terapêutica oncológica adequada em contraponto a reconstruções complexas, com reabilitação aceitável e promoção de qualidade de vida ao paciente.
Objetivo: Relatamos caso de paciente idosa frágil, com risco de perda da visão a direita por comprometimento de tumor maligno de pele, submetida a ressecção e reconstrução complexa em face.

Métodos: Relato de caso de paciente atendida em hospital terciário com atenção oncológica especializada, baseado em revisão de prontuário, e coleta de imagens e exames radiológicos após autorização de responsável legal e paciente, via termo de consentimento.

Resultados: Paciente, sexo feminino, 93 anos, diabética e hipertensa, com histórico de lesão ulcerada, friável e de crescimento progressivo acometendo região malar e pálpebra inferior direita. Biopsia incisional evidenciando carcinoma de células escamosas. Tomografia de face evidenciando lesão expansiva sólida envolvendo pele e tecido subcutâneo de região infraorbitária direita, sem invasão de planos ósseos. Demais exames de estadiamento sem metástases regionais ou a distância. Fora então submetida a ressecção de tumor, com margens de segurança e necessidade de excisão em bloco de pálpebra inferior. Para reconstrução, confeccionado retalho de Hughes, com fixação de tarso em periósteo, associado a retalho de Mustardé. Estadiamento patológico pT2; tumor G1, com invasão até hipoderme. Cerca de 30 dias após, submetida a refinamento de retalho, com secção de retalho miotarsoconjuntival e liberação de prega entre pálpebras. Paciente apresentou boa evolução pós-operatória e segue em acompanhamento na unidade de cirurgia oncológica, sem evidências de recidiva tumoral após 1 ano.

Conclusões: A alta incidência e a morbilidade relacionada ao carcinoma espinocelular implicam em desafios terapêuticos, sobretudo em população idosa frágil. Contudo, em ambiente de equipe especializada, é possível oferecer um tratamento oncológico de qualidade e uma reabilitação aceitável, otimizando a qualidade de vida dos pacientes, como neste caso relatado de paciente de 93 anos submetida a ressecção de lesão e reconstrução com retalho complexo em face.

Financiadores: não houve financiamento externo

Conflito de interesses: sem conflitos de interesse